sexta-feira, 17 de abril de 2009

Tem sido lateral-esquerdo



Com oito meses de trabalho volvidos de águia ao peito, Quique Flores não conseguiu ainda encontrar um modelo definido para o futebol da equipa. O técnico espanhol é o primeiro a admitir que os encarnados não jogam como havia idealizado e talvez por isso continuem as "experiências" e adaptações, quando já só faltam meia dúzia de jornadas para o final do Campeonato.
A táctica há muito está encontrada - o 4x4x2 clássico -, mas as lesões de alguns jogadores importantes ou as meras opções técnicas têm levado os adeptos a assistir a várias alterações posicionais de jogadores, entradas e saídas do onze inicial, adaptações e afins, que resultam em grandes diferenças na forma de jogar da equipa.
Basta ver, por exemplo, que David Luiz já experimentou todas as posições do sector mais recuado. Do meio-campo para a frente, todavia, residem os casos mais evidentes desta dificuldade. Katsouranis começou a época como central e passou depois para o seu lugar de origem, no "miolo". Rúben Amorim arrancou encostado à direita e tem sido agora mais utilizado no centro do terreno, enquanto Aimar - habitual segundo avançado -, tem agora vindo a alinhar encostado à esquerda. Di María e Reyes são os "vagabundos" dos flancos, mas o internacional argentino também já foi lançado em diversas ocasiões como segundo dianteiro. E se o tal 4x4x2 não se desmonta, o trabalhar é bem diferente quando estão em campo dois alas puros no seu flanco de origem, ou, ao invés, dois elementos (Aimar na esquerda e Reyes na direita), que tendem a flectir para o meio.
A lesão de Suazo também obrigou a alterações e os ataques rápidos foram substituídos pelo jogo mais posicional de Cardozo. Contas feitas, se no gabinete Rui Costa pode ter um projecto definido, este ainda está muito tremido nas quatro linhas.
No meio-campo mora a rotação entre a criatividade e a força
Quique Flores raramente repete um onze, já se sabe, mas há um dado que salta à vista quando se olha para o historial encarnado na presente temporada: o técnico espanhol já tentou as mais variadas situações para a dupla de homens que joga à frente da defesa. O técnico espanhol começou por tentar um misto de força e fantasia, com Yebda e Carlos Martins (Katsouranis recuou para o eixo defensivo), subiu depois o internacional grego para fazer dupla com Yebda - é esta a dupla com mais minutos jogados, de resto -, mas houve também espaço para experimentar o internacional português ao lado do ex-Le Mans. Ultimamente, Quique Flores já tem optado por deslocar Amorim da direita para o meio, ao lado do camisola 24. Katsouranis, esse, passou para o banco.
Alterações com influência no jogo
São muitas as alterações que Quique Flores veio fazendo ao longo da época, sendo que a maioria tem influência directa na maneira de jogar da equipa. A grave lesão de Suazo só veio agravar o cenário...
Quim Voltou à baliza na Liga assim que Quique o viu moralizado. Moreira não havia comprometido, mas percebeu-seentão qual era, desde o início, a primeira opção.
David Luiz Tem sido lateral-esquerdo desde que falhou ao meio nos 1-5 de Atenas. Na Reboleira, porém, com Sidnei disponível, voltou ao eixo, com Jorge Ribeiro na lateral.
Katsouranis Começou a defesa-central, mas o penalti e a expulsão contra o FC Porto, à segunda jornada, levaram Quique a mudá-lo em definitivo para o meio-campo.
Di María Brilhou bastante como segundo avançado, contra o Sporting, na época passada. Quique Flores chegou a usá-lo ali. Mas depois fixou-se numa ala.
Rúben Amorim Os movimentos interiores, vindo da direita para dar equilíbrio ao meio-campo eram fulcrais neste Benfica. Mas desde a recepção ao P. Ferreira fixou-se ao meio.
Aimar Com Suazo, era o parceiro preferido do treinador para o ataque. Até que o testou na ala esquerda, em diagonais para o meio na final da Taça da Liga.
Suazo A sua saída mudou a forma de jogar da equipa, apostada no ataque rápido e no contra-ataque, ficando agora entregue à maior fixação de Cardozo.

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